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Ex-policial e mais 6 são condenados a 20 anos de prisão por integrar quadrilha de agiotas que movimentou R$ 36 milhões

Investigações apontaram que grupo emprestava dinheiro a juros exorbitantes e cobrava vítimas com graves ameaças e violência. Todos foram presos entre novem...

Ex-policial e mais 6 são condenados a 20 anos de prisão por integrar quadrilha de agiotas que movimentou R$ 36 milhões
Ex-policial e mais 6 são condenados a 20 anos de prisão por integrar quadrilha de agiotas que movimentou R$ 36 milhões (Foto: Reprodução)

Investigações apontaram que grupo emprestava dinheiro a juros exorbitantes e cobrava vítimas com graves ameaças e violência. Todos foram presos entre novembro de 2023 e janeiro de 2024. Operação Castelo de Areia em Franca (SP): no alto da esquerda para a direita, Ezequias Guimarães, Bruno Guimarães e Douglas Guimarães; embaixo, Leomabio Paixão, Evanderson Guimarães, Ronny Santos e Rogério Camillo Reprodução A Justiça condenou, a 20 anos de prisão em regime inicial fechado, sete acusados de integrar uma quadrilha de agiotas que movimentou, pelo menos, R$ 36 milhões de 2020 a 2023 em Franca (SP). Entre os réus está o ex-policial civil Rogério Camillo Requel. Siga o canal g1 Ribeirão e Franca no WhatsApp Todos já foram presos, entre novembro de 2023 e janeiro de 2024, quando o Ministério Público deflagrou a operação denominada "Castelo de Areia". As investigações apontaram que a quadrilha emprestava dinheiro a juros exorbitantes e depois cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência (veja abaixo detalhes). Os condenados são: Evanderson Lopes Guimarães - 20 anos, 2 meses e 6 dias de reclusão; 7 meses e 6 dias de detenção; Douglas de Oliveira Guimarães, Ezequias Bastos Guimarães, Ronny Hernandes Alves dos Santos, Bruno Bastos Guimarães, Leomábio Paixão da Silva e Rogério Camillo Requel - 20 anos, 2 meses e 6 dias de reclusão; 8 meses e 5 dias de detenção. Entre os crimes pelos quais os réus foram condenados estão lavagem de dinheiro, organização criminosa, usura, corrupção ativa e passiva. À EPTV, afiliada da TV Globo, a defesa de Bruno Bastos e Leomábio Paixão disse que não concorda com a condenação e que irá recorrer da sentença. A reportagem também busca posicionamento dos demais envolvidos e da Secretaria de Segurança Pública (SSP) nesta sexta-feira (20). O que o juiz apontou? Na decisão, o juiz Orlando Brossi Júnior destacou o esquema de lavagem de dinheiro da quadrilha. "Assim, inequívoco que todos agiam na prática da usura, cobrança por meio de ameaças e lavagem de capitais, com a finalidade de dissimular a origem ilícita do dinheiro, dando aparência lícita aos vultosos valores obtidos por meio destas atividades", cita trecho. Em outra parte, o magistrado pontua quais era as funções do ex-policial dentro da quadrilha. Segundo o juiz, Requel era responsável por intimidar devedores, além de acobertar o esquema para que não fosse descoberto. "Rogério Camillo Requel, conquanto exercesse o cargo de policial civil, era um dos responsáveis pelas cobranças e intimidações dos devedores, além de acobertar todo o esquema de empréstimos. Sobreleva destacar que sua conduta se reveste de maior reprovabilidade, dada a função pública que exercia, de que quem se exige uma postura ética, proba e em harmonia com o interesse público", pontua. Policial civil Rogério Requel é alvo de operação por suspeita de agiotagem em Franca, SP Reprodução/ Rede social Quadrilha movimentou milhões com agiotagem Pai, filho e sobrinho, considerados os chefes do esquema, e outras quatro pessoas são acusadas de movimentar R$ 36 milhões em três anos. Rogério Camillo Requel recebeu, em três meses, cerca de R$ 340 mil provenientes do esquema, segundo denúncia do MP. Cópias das conversas, obtidas pelo Ministério Público com autorização da Justiça, foram anexadas à denúncia e, de acordo com os promotores de Justiça, comprovam a violência utilizada pela organização criminosa para reaver o dinheiro. Ronny é um dos membros da quadrilha que ameaçavam de morte os inadimplentes e as pessoas próximas. Ele aparece em uma das conversas interceptadas pelo Gaeco fazendo graves ameaças a uma mulher, também sem dinheiro para pagar o que teria pegado emprestado. “Como você foi lá pedir dinheiro pra ele, sabendo que você já devia nós. Ele nem comunicou que te emprestou, agora que eu fiquei sabendo”. A vítima diz que vai ligar para uma terceira pessoa quando Ronny ameaça. "Foi você que pegou, você está caçando um jeito de sumir com você do mundo, né, você está levando de brincadeira, você vai ver como funciona". LEIA TAMBÉM Família e investigador de polícia formavam quadrilha de agiotas que movimentou R$ 36 milhões em Franca, diz MP Empresário preso por suspeita de agiotagem em Franca, SP, ostenta vida de luxo nas redes sociais, diz MP Mensagens entre agiotas e devedores mostram ameaças de quadrilha nas cobranças em Franca, SP, diz MP Ex-policial acusado de integrar quadrilha de agiotas em Franca, SP, recebeu R$ 340 mil em três meses, aponta denúncia Operação 'Castelo de Areia' A Operação "Castelo de Areia" que ocorreu no fim de novembro, quando o Grupo de Atuação de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, a Polícia Militar e a Corregedoria da Polícia Civil cumpriram 20 mandados, incluindo sete prisões temporárias, 12 mandados de apreensão em Franca e uma ordem de busca em Ribeirão Preto (SP). Segundo o Gaeco, as investigações apontaram que a quadrilha emprestava dinheiro a juros exorbitantes e posteriormente cobrava as vítimas por meio de graves ameaças e violência. Os lucros obtidos, de acordo com a Promotoria, eram reaplicados no esquema ou então destinados para a abertura de empresas de fachada, na compra de veículos e imóveis, como forma de lavagem de dinheiro. Veja mais notícias da região no g1 Ribeirão e Franca Vídeos: Tudo sobre Ribeirão Preto, Franca e região